08/03/2018 às 17:40 Gestantes e bebês

Amamentação, algumas coisas que você precisa saber para evitar um desmame precoce

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Quando se fala em amamentação muitas pessoas ja imaginam aquela cena linda e maravilhosa, onde a mãe está sentada confortavelmente em uma poltrona e amamenta a sua cria recém nascida lindamente. Mas a realidade nem sempre é assim. 

Quem já amamentou sabe o quanto é difícil, muitas vezes é preciso "um curso intensivo" para o bebê aprender a mamar, existe a dor, o cansaço, existe bico do seio rachado, sangue, suor e lágrimas.

Mesmo assim é importante saber que a amamentação é fundamental para o desenvolvimento do bebê e não somente na questão nutricional mas também no desenvolvimento cognitivo e emocional e na sua saúde a longo prazo.

Aleitamento materno exclusivo é quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos. A OMS (organização mundial da saúde) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses, e não há vantagens em se iniciar os alimentos complementares antes dos seis meses, podendo, inclusive, haver prejuízos à saúde da criança, pois a introdução precoce de outros alimentos está associada a maior numero de episódios de diarreia, maior incidência de doenças respiratórias, risco de desnutrição se os alimentos introduzidos forem nutricionalmente inferiores ao leite materno, menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, como o ferro e o zinco, entre outras desvantagens.

No segundo ano de vida, o leite materno continua sendo importante fonte de nutrientes. Estima-se que dois copos (500 mL) de leite materno no segundo ano de vida fornecem 95% das necessidades de vitamina C, 45% das de vitamina A, 38% das de proteína e 31% do total de energia. Além disso, o leite materno continua protegendo contra doenças infecciosas. Uma análise de estudos realizados em três continentes concluiu que quando as crianças não eram amamentadas no segundo ano de vida elas tinham uma chance quase duas vezes maior de morrer por doença infecciosa quando comparadas com crianças amamentadas (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000).

"Apesar de todas as evidências científicas provando a superioridade da amamentação sobre outras formas de alimentar a criança pequena, e apesar dos esforços de diversos organismos nacionais e internacionais, as prevalências de aleitamento materno no Brasil, em especial as de amamentação exclusiva, estão bastante aquém das recomendadas, e o profissional de saúde tem papel fundamental na reversão desse quadro. Mas para isso ele precisa estar preparado, pois, por mais competente que ele seja nos aspectos técnicos relacionados à lactação, o seu trabalho de promoção e apoio ao aleitamento materno não será bem sucedido se ele não tiver um olhar atento, abrangente, sempre levando em consideração os aspectos emocionais, a cultura familiar, a rede social de apoio à mulher, entre outros. Esse olhar necessariamente deve reconhecer a mulher como protagonista do seu processo de amamentar, valorizando-a, escutando-a e empoderando-a." (trecho do caderno de atenção básica n°23 do ministério da saúde- Aleitamento Materno e Alimentação Complementar)

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda amamentação exclusiva até os seis meses de vida do bebê, e após a introdução alimentar complementar a amamentação deve continuar até dois anos ou mais, tendo em vista que qualquer desmame antes dos 2 anos de idade é considerado precoce.

No Brasil, (dados de 2009) menos de 70% das crianças mamaram nas primeiras horas de vida e nem 50% das crianças são amamentadas exclusivamente até o sexto mês e, apesar de termos avançado nos índices de aleitamento materno nos últimos anos, há muito ainda a se fazer. A duração mediana do aleitamento materno exclusivo é de 54,1 dias e do aleitamento materno (exclusivo + com alimentação complementar), 341,6 dias.

Mas porque isso ocorre?

A verdade é que o bebê não quer o peito só porque está com fome. O seio da mãe é conforto, é segurança, é amor, e é a melhor forma de expressar o carinho entre ambos, porém infelizmente muitas mães não sabem ou não entendem isso, e acham que acalentam o seu bebê com chupetas e afins. 

Comprovadamente os hábitos que levam ao desmame precoce são os bicos artificiais. O uso de chupetas e mamadeiras lideram o motivo do desmame. Ainda existem outros fatores citados pelas mães, elas alegam enfermidades associadas geralmente a medicamentos utilizados, o trabalho fora de casa, o oferecimento por parte das avós de outro tipo de alimento para o bebê, o uso de antibióticos pela mãe e o medo de passar para o leite materno, a ausência da mãe por um período longo após o bebê nascer, e por consequência a não aceitação do peito pelo bebê por ja estar acostumado com a mamadeira; acreditar que não tinha leite, pois apertava o seio e nada saia, dor para amamentar...Enfim, os motivos são inúmeros.

É importante salientar que o aleitamento materno também traz uma serie de benefícios para a mãe, por exemplo, baixo risco de nova gravidez, diminuição do risco de câncer de mama, câncer de útero e de ovário, hipercolesterolemia, hipertensão e doença coronariana; obesidade; doença metabólica; osteoporose e fratura de quadril; artrite reumatoide; depressão pós-parto; e diminuição do risco de recaída de esclerose múltipla pós-parto.

Dependendo da condição financeira da família o custo com leites artificiais, mamadeiras e bicos pode comprometer boa parte da renda familiar ja que o custo desses complementos nem sempre são acessíveis.

Amamentação é uma forma muito especial de comunicação entre a mãe e o bebê e uma oportunidade de a criança aprender muito cedo a se comunicar com afeto e confiança. Acredita-se que a amamentação traga benefícios psicológicos entre mãe e bebê, uma amamentação prazerosa, com contato contínuo entre mãe e filho, olhos nos olhos certamente estreitam os laços afetivos entre eles, promovendo segurança para o bebê, e auto confiança e realização para a mulher.

O que também pesa no desmame precoce é nossa legislação trabalhista, que oferece apenas 4 meses de licença maternidade, mesmo tendo como parâmetro a amamentação exclusiva até os seis. Mas hoje ja podemos contar com alguns profissionais especializados em aleitamento materno e nutrição infantil, geralmente eles trabalham em conjunto com a comunidade ou até mesmo de forma particular, esses profissionais são altamente qualificados e podem ajudar as mães que tem dificuldade no inicio ou no decorrer da amamentação, vale a pena verificar se na sua cidade tem esse tipo de ajuda ou opção para recorrer no caso de necessidade, ou até mesmo a título de obter mais informações. Há também alguns grupos fechados onde mães se reúnem para trocas de informação sobre aleitamento materno e outros assuntos do universo materno e infantil. Esse tipo de apoio é muito válido para mães que estão no puerpério e ainda sentem muita insegurança com decisões rotineiras a respeito do novo ser que agora está sob sua responsabilidade. Então essa também é uma opção, uma forma de se inserir em novos grupos a fim de trocar experiencias e informações. Não há dúvidas que com apoio familiar, da comunidade, das empresas e das Políticas Públicas de Saúde, é possível manter o aleitamento materno e o trabalho com harmonia, compreensão, flexibilidade, produtividade, lucro, realização profissional, harmonia e qualidade.

Fontes: 

Prolactare.com (consultoria em amamentação)

Caderno de atenção Básica do Ministério da Saúde

Redalyc (sistema de informação científica) - ReBEN 

08 Mar 2018

Amamentação, algumas coisas que você precisa saber para evitar um desmame precoce

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